Fases do desenvolvimento motor do bebê e criança

GUEST POST DE NATHÁLIA MOURAchild's progress.jpg

 

Os primeiros movimentos realizados pelo recém nascido são considerados pré-funcionais, ou seja, são preparatórios para os movimentos mais maduros que aparecerão ao longo do seu desenvolvimento. Estes movimentos pré-funcionais já podem ser observados a partir de 15 semanas de gestação, e ocorrem em resposta aos estímulos e não pela vontade do feto. A sucção, deglutição e preensão, são exemplos desses movimentos que ajudam e mantem a sobrevivência do bebê nas primeiras semanas de vida.

Até os 28 dias de vida, o bebê é considerado um recém nascido, mas você pode se surpreender com os movimento que ele já é capaz de fazer, como por exemplo, esticar as pernas com força, girar no berço e até simular uns passos quando colocado em pé. Todos estes são movimentos pré-funcionais ou reflexos se transformarão de um comportamento motor automaticamente desencadeado para uma atividade sujeita ao controle da vontade, através da prática e experiência. Seu recém nascido também é capaz de acompanhar brevemente, um objeto ou um rosto, mas sua visão ainda é pouco nítida.

Entre 1 e 2 meses de vida, os bebês iniciam o treinamento para o controle de cabeça, esta será a primeira grande aquisição motora do seu bebê, que quando apoiado com a cabeça em seu ombro ficará jogando-a para trás com força.

Uma dica interessante para o bebê dormir por mais tempo nesta fase, é aninhá-lo para que se sinta apertado, com os membros superiores junto ao corpo. Pode utilizar rolinhos, mantas, enrolando-o como um charuto ou fazendo ninhos. Além de todo o benefício de reviver assim a sensação de aconchego no útero, há uma grande vantagem para o reflexo de Moro não acordar o bebê. Este reflexo aparece quando o bebê se assusta com algo, que pode ser um barulho até baixo para nós, e desencadeia um movimento rápido de abertura e extensão dos braços, simulando um abraço. Este “susto” seguido deste movimento normalmente acorda o bebê, por isso, envolvê-lo com os braços apertadinhos, pode inibir este reflexo, permitindo assim um sono mais longo para eles e para os pais.

Todos os marcos do desenvolvimento que serão mostrados a seguir, são uma estimativa do momento que seu bebê poderá atingi-los e pode ser adiado ou adiantado em 2 meses.

3 meses: Capacidade de observação das próprias mãos com os olhos, levando ambas ao centro do corpo, uma preensão simples de objetos. O controle do pescoço já estará bem desenvolvido e ele conseguirá manter a cabeça firme por alguns segundos.

4 meses: O bebê consegue ficar de bruços apoiado em seus antebraços, nesta fase ele já pode rolar em bloco, isto é, realizar o movimento de rolar de prono para supino, sem dissociar o quadril dos ombros.

5 meses: o bebê consegue colocar os pés na boca, e a preensão dos objetos é tão forte que há dificuldade em soltá-los. Os movimentos sempre se iniciam de grosseiros para depois serem refinados, por isso a preensão pode ser bem forte no começo. Pode se virar ao escutar o próprio nome, põe objetos na boca e se mantém-se sentado com apoio a frente do corpo. De bruços consegue esticar os braços e manter o apoio nas mãos. Quando puxado para sentar, o bebê faz flexão e eleva a cabeça, acompanhando o movimento.

6 meses: Imita sons, faz bolinhas de cuspe, se vira de barriga para cima e para baixo,  dissociando as cinturas, senta com menos apoio, especialmente esta última aquisição demonstra que seu bebê está pronto para iniciar a alimentação sólida.

7 meses: senta sem apoio, já pode se arrastar e puxar objetos em sua direção.

8 meses: transfere objetos de uma mão para a outra e atira-os no chão, pode estar engatinhando. O engatinhar não é considerado um marco do desenvolvimento pois muitos bebês deixam de realizá-lo e já é comprovado que não interfere em nada para a aquisição da marcha.

9 meses: aponta para o que deseja, inicia o uso de movimento de pinça, bate um objeto contra o outro e deixa de devolvê-lo a quem lhe foi dado, fica em pé com apoio. Começa a introduzir o dedo indicador no ouvido, boca e nariz das pessoas.

10 meses: A marcha lateral pode ser iniciada, esta é uma ferramenta importante para transferir o peso de um pé para o outro e se preparar para a marcha independente. Mostra o que quer com gestos, pode dar tchau.

11 meses: Coloca objetos dentro de um recipiente, quando faz mais esforço para alguma ação, abre a boca e a mão oposta, demonstrando a dificuldade em realizar tal tarefa. Pode ficar em pé sozinho por alguns segundos e imita ações dos outros.

12 meses: Atende e cumpre instruções simples, como entregar um objeto que lhe foi dado, pode dar alguns passinhos, com base alargada e membros superiores elevados.

14 meses: Andar sem apoio, subir em móveis, andar na ponta dos pés e correr costuma ser alcançado nesta fase, também vira páginas de revistas e jornais, rabisca papéis.

15 meses: Pode comer sozinho com a colher, e já se estabelece a preferência por uma das mãos. Consegue subir escadas com ajuda das mãos nos joelhos.

18 meses: Realiza marcha com apoio dos calcanhares, corre com firmeza.

24 meses: Começa a se despir e vestir voluntariamente. Consegue descer degraus de forma não recíproca.

Aos 2 anos não é mais considerado um bebê, assim a criança de 2 á 3 anos, já consegue chutar uma bola sem perder o equilíbrio e atirá-la por cima do braço, também pode saltar com os dois pés juntos e subir escadas alternando os pés.

Aos 4 anos fica apoiado sobre um dos pés e pular com um pé só.

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Nathália Moura é mãe de Maria Clara, entusiasta do universo da maternidade,  Fisioterapeuta e Mestre em Ciência da Reabilitação.