Relato de Parto de Estela

Segue o relato de parto de Estela Nascimento para encher nossos olhos de lágrimas!

Mãe: Estela Nascimento             Pai: Leandro Abreu           Bebê: Maria Luíza (Malu)

Obstetra: Mayra Fontainhas      Pediatra: Rogério Leandro de Sousa

Doula: Aline Barreto                     Fotógrafa: Ana Kakurin

_________________________________________________________________

Eis meu relato de parto, dois meses depois de passar pela experiência mais transformadora da minha vida.
01/05/2016
01:00 a.m
Acordei sentindo cólica, não botei tanta fé que seria naquele dia, tomei um banho bem quente e voltei pra cama. A primeira contração veio, 01:50 da manhã, ainda não estava botando fé, e vinha outra contração… Acordei o Leandro, ele logo botou fé que seria naquele dia! Mais um banho, deitei mas já não conseguia dormir…
04:00 a.m, ligo para minha doula, ela pede que eu descanse… E eu, inquieta, já tinha certeza que Malu tinha escolhido aquele dia pra nascer.
08:00 a.m, as contrações estavam regulares, falo com minha obstetra, ela me diz pra esperar mais um pouco em casa antes de ir à emergência para avaliação
10:30 a.m, na emergência obstétrica escuto “-É hoje! Chegou a hora!”. Eu estava com 7 de dilatação 7! 7! Estava andando, conversando… Numa tranquilidade surpreendente. Acho que minha ficha não tinha caído. E vamos nós a caminho da maternidade, tirando fotos divertidas e avisando nossa família e amigos que Malu estava chegando!
12:00! Chegamos à maternidade… 9 de dilatação! 9! 9! Com bolsa rota. Avaliação de dor, numa escala de 0 à 10, respondi 5. Nem no melhor dos meus sonhos eu imaginei chegar a essa fase do TP nas condições que eu estava, andando bem, verbalizando e totalmente consciente… a correria que se estabeleceu ao meu redor fez minha ficha cair, estava realmente muito perto (Ai meu Deus! Eu vou parir! Minha filha vai nascer! É hoje!!!!)
Banheira, luz baixa, música, paz e tranquilidade, tudo como sonhei pra receber minha filha, fui direto pra banheira, toda animada… Não durou muito! A banheira foi onde me senti menos confortável. A dor do quadril “abrindo” é a única dor (propriamente dita) que lembro, a melhor e mais esperada dor… a dor que traria a vida.
Malu teve uma bradicardia (o momento de tensão), descansei para que ela se recuperasse, minha garota não me decepcionou e logo os batimentos cardíacos estavam normalizados (ufa! Podemos seguir!)
Transitei entre chuveiro, chão, cama, chão de novo e por aí vai…
Durante as contrações já dava pra ver e sentir os cabelos da Malu, faltava muito pouco.
O cansaço estava me pegando, precisei parar um pouco e entre uma contração e outra e, segundo o marido, tirei um bom cochilo. Depois de várias contrações e de não conseguir sustentar a força, minha Doula chegou no meu ouvido e disse “Seja uma Ursa! Traz sua filha pra você! Força! Você consegue!”( Obrigada Aline, por me lembrar que eu, e somente eu, tinha o poder para trazer minha filha ao mundo).
Fui pro chão, puxando um lençol preso ao teto, a cada contração puxava forças que eu nem conhecia em mim, é uma força inexplicável de verdade, chamava pela Malu, pedia mais forças, chegava ao quase e descansava.

14:33h me apoiei no marido que esteve firme e confiante junto comigo, gritei, gritei muuuuuitoooo, força, muita força e Malu chegou aos meus braços… “Oi filha! Minha filha! Minha princesa!” Eu consegui, nós conseguimos! Eu trouxe minha filha ao mundo, meu corpo fez tudo sozinho, eu não precisei de nada além de mim mesma. A partir desse momento eu tive convicção da minha força, da capacidade do meu corpo e da minha mente!

Maria Luíza nasceu, apgar 9/10, 3,5kg, 50cm, veio direto para o meu colo, o pai cortou o cordão depois que parou de pulsar… Ela nasceu de maneira amorosa, natural, respeitosa. Eu nasci, mãe, com liberdade, autonomia e respeitada da mesma forma. O pai que nasceu teve certeza da melhor escolha, ele viu a filha chegar, ele participou ativamente de tudo, ele testemunhou o poder que nosso corpo tem… Hoje temos a certeza que fizemos a escolha certa, respeitamos nossa filha, nos informamos e buscamos o melhor pra ela desde a gestação e que isso siga ao longo de toda a vida.
Parir foi a melhor coisa que fiz por mim em toda a vida, parir me trouxe a certeza de que eu sou dona da minha vida e que tudo o que eu me propuser a fazer, será feito… e muito bem feito!

 

Deixe um comentário