Essa pode ser outra grande dúvida das gestantes que estão na busca de um parto normal, ou para algumas nem passa pela cabeça, pois muitas acreditam que achando um profissional que faça parto normal, o “normal” acontecerá no momento do seu parto.
Mas o problema é que muitos dos profissionais que praticam obstetrícia, realizam procedimentos dolorosos que não estão embasados cientificamente. Seguem protocolos simplesmente porque assim sempre o fizeram e seguem realizando sem questionarem o porquê de tal procedimento.
E gestantes que passam por tais procedimentos, muitas das vezes desnecessários, acabam tendo uma experiência não muito positiva de parto, ou até mesmo traumatizantes, que é o que chamamos de violência obstétrica.
Um tipo de violência velada, onde a vítima sente que está algo errado, mas por vezes não sabe que sofreu violência por falta de informação de tudo que cerca o momento do parto.
E para tentar fugir desse tipo de profissional, algumas perguntas podem ser feitas ao mesmo para saber que tipo de obstetra ele é: o obstetra tradicional, obsoleto que não se atualiza; ou aquele que estuda, segue as orientações da OMS e se questiona do porquê de tais procedimentos.
Segue abaixo, algumas perguntas que você pode fazer à eles para fugir de qualquer tipo de violência obstétrica:
- Para começar, pergunte ao profissional se ele segue as recomendações da OMS de parto normal para gestantes de baixo risco. Se ele responder que sim, peça para ele comentar. Se ele reponder que não, pergunte porque, já que a OMS é um órgão mór sobre a saúde da população do mundo em geral.
- Pergunte à ele se ele costuma realizar epsiotomia e se sim com que frequência. Este é um procedimento quase nunca utilizado por médicos humanizados, uma vez que já foi comprovado que é um procedimento super doloroso e desnecessário para grande maioria das gestantes, onde deveria ser utilizado somente em casos específicos.
- Pergunte se ele dá liberdade de posição à mulher durante o trabalho de parto ou se ele só realiza partos deitados. A posição horizontal é a mais dolorida para a mulher sem contar que não tem ajuda da gravidade. A posição vertical seria a mais fisiológica, além de ter a ajuda da gravidade. Mas o importante é a liberdade de posição, pois existem muitas outras posições que ajudam na descida do bebê de forma mais saudável.
- Pergunte se ele tem um limite de tempo pré-estabelecido para que o parto ocorra. Saiba que cada mulher e cada gestação funciona de forma diferente e estabelecer um tempo máximo de esperar é não respeitar a fisiologia da mulher. Conheço gestantes que tiveram passaram por todas as fases do TP em 3 horas e eu por exemplo, demorei 20 horas. Ou seja, cada mulher é um mundo particular e o obstetra deve respeitar isso.
- Pergunte se ele utiliza como rotina o uso da ocitocina sintética durante o TP. Ocitocina sintética, faz aumentar e muito a dor das contrações, além de poder diminuir o aporte de oxigênio e nutrientes ao bebê.
- Pergunte se constuma realizar manobra de Kristeller. Esta manobra é fazer pressão no fundo do útero para que o bebê possa sair mais rápido. Procedimentos super doloroso que ainda pode ocasionar em danos perineais graves.
- E por fim, pergunte à ele, o que ele acha sobre doulas. Doulas são acompanhantes da gestante que dão apoio emocional e físico que ajuda a reduzir em números consideráveis a chance da gestante cair numa cesárea, o tempo de trabalho de parto, o uso de ocitocina e os pedidos de anestesia. Mas além disso tudo, a doula é uma testemunha que tem uma certa noção dos procedimentos médicos que estão ali sendo aplicados e os médicos que não seguem a linha do parto fisiológico, se sentem melindrados com a presença de doula.
Se o seu obstetra respondeu NÃO às perguntas 1, 3 e SIM às perguntas 2, 4, 5, 6 e disser não gosta da presença de doulas; saiba que você tem grandes chances de sofrer violência obstétrica.
Fuja desse obstetra, pois você pode ter uma experiência muito ruim de parto normal.
E outra coisa, sei que muitas mulheres se sentem constrangidas de questionarem os médicos sobre o trabalho dele. Mas esse é um direito seu. O médico é nada mais nada menos que um prestador de serviço, e você como a contratante tem todo o direito de questionar sobre todas as suas dúvidas e participar junto ao médico de todas as decisões a cerca de sua gestação e parto. Então, não se reprima, e pergunte e participe de tudo sobre o seu parto. Isso que é o chamado emponderamento do parto. Empondere-se! Questione! Decida!