Muita gente não entende direito o que quer dizer parto humanizado. Associam parto humanizado à um parto sem anestesia, ou então à um parto que pode ocorrer na água ou de cócoras.
Ah! É um parto que nem de índia, né?! Cansei de ouvir isso!
O que acontece é que no Brasil temos historicamente uma cultura de violência obstétrica, onde o parto foi se “desumanizando” com o excesso de procedimentos e intervenções (na maioria das vezes desnecessárias). E quando houve a tentativa de quebrar tal realidade de terror, afim de que se pudesse humanizar o processo do nascimento, resgatando o protagonismo da mulher em todo o processo, daí então nasceu o termo “parto humanizado”.
Ou seja, parto humanizado, é nada mais, nada menos do que um parto normal, onde se respeita a fisiologia do parto, intervindo o mínimo possível.
Não tem nada de demais. Trata-se apenas de um parto respeitoso.
Neste tipo de parto, a mulher tem liberdade de movimento; não existe um prazo para todo o TP acontecer, cada mulher tem o seu tempo, então não tem lógica determinar um tempo limite para o fim do TP; as intervenções são mínimas, pois entende-se que quanto mais intervir, mais intervenções serão necessárias, aumentando assim os riscos de insucesso do parto e de morbidade materna e do bebê; o bebê após o nascimento é colocado imediatamente em contato pele-a-pele com a mãe (caso não haja necessidade de alguma atuação imediata do pediatra para a preservação da vida do bebê); o cordão umbilical é cortado tardiamente, afim de que todos os nutrientes/sangue da placenta possam ser repassados para o bebê; o ambiente onde está ocorrendo o TP é silencioso, calmo, acolhedor, com pouca luz, para que a gestantes possam evoluir de forma mais tranquila possível em seu TP; dentre outras características de respeito à mulher.
São coisas que apesar de óbvias, são desrespeitadas pela grande maioria dos profissionais que assistem as mulheres no Brasil.
Parto humanizado não é um modismo, é um direito de toda mulher brasileira, pois as recomendações dadas tanto pela OMS quanto pelo Ministério da Saúde vão totalmente ao encontro de todas as premissas do movimento de humanização do parto. No entanto, quase nenhum profissional as segue.
Informe-se, empondere-se e lute para que seu parto seja o mais respeitoso possível. E caso não seja, denuncie!